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O golpista Michel Temer assumiu a Presidência afirmando que iria cortar “gastos” para salvar a economia.  Infelizmente, ele não estava “brincando”: o governo conseguiu aprovar uma PEC que congela os investimentos públicos pelos próximos 20 anos.

Infelizmente, ele não estava “brincando”: o governo conseguiu aprovar uma PEC que congela os investimentos públicos pelos próximos 20 anos.

Com isso, dois setores essenciais para o desenvolvimento do País estão entre os mais afetados: a Educação e a Pesquisa – houve cortes de R$ 4,3 bilhões só em repasses ao Ministério da Educação.

Já na quarta-feira (2), a UFRJ enviou um comunicado ao corpo docente anunciando que os alunos de iniciação científica que possuem bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deixarão de receber o benefício a partir de setembro.

Triste momento pelo qual passamos! A dita austeridade deste governo ilegítimo ficou restrita aos cortes nos serviços essenciais que atendem à população.

Por outro lado, na quarta-feira  o país viu, estarrecido, 280 deputados barrarem a investigação contra Temer. E sabem quanto isso custou ao nosso país? A liberação pelo Ministério do Planejamento de R$ 3 bilhões em emendas feitas por esses deputados no orçamento para terem obras quaisquer em seus quintais eleitorais. E isso somente em julho!

Ou seja, Temer corta da Educação e Pesquisa e dá o dinheiro aos seus asseclas no Congresso que o mantém no poder.

Mas não podemos ficar no sofá vendo na TV esses absurdos. O povo tem que reagir! Só a força da população e dos movimentos sociais para reverter este quadro.

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A Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enviou ao corpo docente da instituição um comunicado informando que todas as bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologico (CNPq) serão suspensas a partir do próximo mês.

Na mesma nota, divulgada nesta quarta-feira, a professora Leila Rodrigues da Silva explica que tomou ciência desses cortes durante uma reunião do Comitê do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Diante desse “absurdo”, como ela classifica a informação, o próprio comitê redigiu um texto de repúdio.

“Avaliamos que há um projeto político em curso, que se concretiza em um ataque e desmonte da Ciência e da universidade pública no Brasil, que acarretará prejuízos inestimáveis para toda a sociedade”, critica duramente o comunicado, antes de continuar: “Repudiamos os cortes anunciados no orçamento do CNPq, compreendendo que estes inviabilizam a existência da própria agência e o futuro do país”.

Também nesta quarta, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, se reuniu com o presidente do CNPq, Mario Neto Borges, para discutir soluções para os problemas financeiros do órgão.

“Estamos em diálogo permanente com o governo, com os ministérios econômicos e trabalhamos com a perspectiva de suprir o que é necessário para o CNPq”, disse o ministro, em texto divulgado pela pasta, ressaltando ainda que a pasta trabalha pela liberação de valores.

Mario Neto, por sua vez, garantiu que o pagamento das bolsas de pesquisa referentes ao mês de agosto – a ser feito em setembro – está assegurado.

Leia abaixo, na íntegra, o comunicado da UFRJ:

Prezados conselheiros,

Hoje, durante a reunião do Comitê PIBIC, recebemos a confirmação de que TODAS as bolsas do CNPq serão suspensas a partir do próximo mês.

Diante de tamanho absurdo, o comitê produziu a nota que segue.

Peço a todos vocês que ajudem na divulgação.

Obrigada.

Saudações,

Leila

“O Comitê do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, reunido em sessão de 2 de agosto de 2017, vem a público expressar indignação com as notícias veiculadas em relação aos cortes no orçamento do CNPq e à suspensão do pagamento de bolsas de estudo.

O programa de bolsas de iniciação científica e tecnológica é uma iniciativa única no mundo na formação de alunos de graduação, preparando gerações de pesquisadores e contribuindo para a soberania nacional. Os estudantes beneficiários têm a oportunidade de obter treinamento avançado em laboratórios de pesquisa, preparo para carreiras inovadoras, e inserção na Pós-Graduação.

Existente desde a fundação do CNPq, em 1951, o Programa de Iniciação Científica é um patrimônio da comunidade científica e de toda sociedade brasileira. Este Programa nunca sofreu descontinuidade mesmo em momentos mais graves de crise econômica e durante governos de diferentes matizes ideológicas.

Em um momento em que nos deparamos com cortes já concretizados na CAPES, FAPERJ e outros órgãos de fomento, estas notícias causam enorme preocupação em relação à continuidade do PIBIC, uma vez que o CNPq é responsável pela concessão de 50% das bolsas de Iniciação Científica (IC) e Iniciação Tecnológica (IT) na UFRJ.

Avaliamos que há um projeto político em curso, que se concretiza em um ataque e desmonte da Ciência e da universidade pública no Brasil, que acarretará prejuízos inestimáveis para toda a sociedade.

Repudiamos os cortes anunciados no orçamento do CNPq, compreendendo que estes inviabilizam a existência da própria agência e o futuro do país.

Leila Rodrigues da Silva

Fonte: O Globo