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Por Bernardo Cotrim

Hoje é aniversário de uma lenda viva da música brasileira. O cantor, compositor, produtor cultural e radialista Elton Medeiros, parceiro de Cartola, Zé Kéti, Paulinho da Viola, Hermínio Belo de Carvalho, Mauricio Tapajós e tantos outros ícones da música popular, completa 80 anos de vida.

Integrante do seminal A Voz do Morro e um dos participantes do histórico show “Rosa de Ouro”, Elton Medeiros é um batalhador incansável, cujo nome é sempre associado à diversos movimentos de renovação, preservação e divulgação da cultura popular.

Sua trajetória é ímpar: foi membro de um dos corais infantis criados por Villa Lobos, fundador de três escolas de samba, cantor, instrumentista e dançarino de bailes de gafieira, trombonista, baterista e percussionista, e absorveu todas essas influências para formar sua identidade como compositor.

Uma característica muito forte na sua obra é a preocupação com a temática social. Pérolas como “Dívidas”, “Avenida Fechada” e “A Maioria Sem Nenhum” são repletas de imagens do cotidiano do povo trabalhador, majoritariamente negro, das periferias e subúrbios cariocas, como a concentração de renda e a elitização do carnaval.

Ainda na ativa, em plena forma, Elton Medeiros merece em vida todas as homenagens. Sua obra, fundada em um dos períodos mais ricos de reflexão sobre a construção de uma identidade nacional, é de uma riqueza estética impressionante. Sua contribuição é fundamental para a construção de novos caminhos e a reavaliação dos parâmetros da nossa cultura.

Por esses e tantos outros motivos, nos sentimos na obrigação de dar uma pausa na campanha e dedicar algumas linhas para celebrar esse grande artista. Vida longa, Elton Medeiros, e obrigado por tornar a vida mais bela.