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O governo entreguista do PMDB pretende acelerar a entrega do pré-sal brasileiro a grandes petroleiras estrangeiras. Mais um terrível retrocesso, pois a parte que caberia a União seria destinada à saúde e educação, além da obrigação de geração de empregos no Brasil por parte das empresas exploradoras.
Precisamos pressionar para que isso não aconteça, pois são as nossas gerações futuras que estão sendo ameaçadas…

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Robson Leite no Instagram

Reportagem de Anne Warth, da agência ‘Broadcast’ deste domingo, 29, mostra que o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, não esconde a pressa do governo em vender os campos do pré-sal, que serão apresentado em fevereiro pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustívesis (ANP).

“Para atrair outras empresas, como a ExxonMobil e outras grandes, e eles estão de olho no pré-sal, a ideia seria colocar novas áreas e, em vez de esperar 2018, fazermos em 2017”, diz o ministro. Em março, o governo pretende aprovar o leilão em reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “Assim, podemos marcar a licitação para novembro.”

A expectativa do governo é que o leilão já seja realizado sem a exigência de conteúdo local, o que deixa a indústria naval e do petróleo em dificuldade ainda maior. Coelho Filho defende que a antecipação do leilão é a melhor forma de atrair grandes investidores.

Em maio, a União fará um leilão de áreas exploratórias em terra (onshore); em junho, serão leiloadas áreas no entorno de quatro blocos já em operação no pré-sal (Carcará, Sapinhoá, Tartaruga Verde e Gato do Mato, todas na Bacia de Santos) e, em setembro, haverá a 14.ª rodada de blocos marítimos, mas no pós-sal (mais próximos da superfície, embora alguns também em águas profundas).

Até hoje, o governo só realizou um leilão no pré-sal. Licitado em 2013, o campo de Libra foi arrematado, sem concorrência, por um consórcio formado pela Petrobrás, Shell, Total e as chinesas CNPC e CNOOC.

Confira artigo do jornalista Fernando Brito, do blog Tijolaço, sobre o assunto:

Os sipaios do petróleo

No Estadão, a confirmação daquilo que já vinha sendo destacado aqui: o governo golpista está numa louca corrida para entregar o pré-sal, sem piedade.

E mais rápido do que estava sendo pensado: quer quatro leilões ainda este ano, dois deles da mais rica província descoberta neste século no planeta.

No primeiro primeiro, o natural seria que das quatro áreas unitizadas (agregadas a campos já licitados, que mostraram ultrapassar o perímetro da concessão, três ficariam com a Petrobras. Carcará, Tartaruga Verde, Sapinhoá. A outra, Gato do Mato – cuja concessão, anterior à Lei da Partilha, pertence à Shell (80%) e à francesa Total (20%) – ainda era  objeto de discussões jurídicas, porque a área em torno do campo pertence à União e sua concessão deveria seguir as novas regras.

Mas isso seria o natural. Porque a Petrobras vendeu Carcará à norueguesa Statoil  e Tartaruga Verde à australiana Karoon, negócio que ainda está bloqueado pela Justiça mas, se conhecemos bem como é nosso poder judiciário, será liberado.

Dá para entender, portanto, porque estes campos entraram logo na lista das vendas da direção entreguista implantada na Petrobras.

É possível que o descaramento não chegue à entrega da área ao Sul de Sapinhoá (antes, conhecida como Sul de Guará). É que Sapinhoá é o segundo maior campo de petróleo do pré-sal, produzindo um quinto de todo o petróleo e gás da região, com cerca de 260 mil barris de óleo equivalente, em apenas 10 poços, ligados aos navios Cidade de Ilhabela e Cidade de São Paulo.

Mas o pior ainda está por vir, com a decisão de licitar novas áreas do pré-sal,  onde desde o início já não vigorará a obrigatoriedade de 30% ficarem com a Petrobras e que ela os opere. Fazer isso com os preços do petróleo ainda deprimidos em relação a seus valores históricos – e com a nossa petroleira sob uma polítrica de encolher-se, ao invés de expandir-se – é simplesmente um ato de traição nacional.

É aquilo que o Papa Francisco, semana passada, chamou de sipaios – nome dos indianos que serviam às tropas coloniais inglesas:

Há  aqueles que  se prestam a isso. Em nosso país [a Argentina], temos uma palavra para descreve -los : os sipaios. É  uma palavra clássica, que está em idioma nacional. O sipaio  é aquele que vende o país à potência estrangeira que pode lhe dar mais lucro. E na  história argentina, por exemplo, há sempre algum político sipaio . Ou alguma postura política sipaia .

Na Argentina, “cipayo” é o mesmo que traidor e vende-pátria.

Temos mesmo sipaios por aqui.

Fonte: Portal Brasil 247