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Por Bruno Linhares

Morreu o grande escritor, humanista, socialista e revolucionário José Saramago. Sua obra ilumina a literatura em Lingua Portuguesa e a Literatura Mundial. A cada novo livro lançado, mais uma vez vinha Saramago a tramar com as palavras um desafio à “ordem” das coisas, a chamar a lucidez e a loucura que só a dialética da razão possui. Uma razão que desafia o comodismo e o conservantismo desse Portugal profundo, desta Europa antiga, que tanto o escritor desejava fazer-se abrir para um futuro diferente, uma possibilidade do novo.

Sua voz crítica e lúcida, que agora se cala, encorajou por decênios homens e mulheres a buscar mudar o mundo. Transformado pela luta dos trabalhadores e dos povos. E pela Cultura. Transmudada em nova esperança, mesmo através das palavras desse falso pessimista.

Agora, é viver sem mais um novo Saramago, sem essa voz que nos fazia pensar, sofrer e … sorrir. E volto a ela, com as intermitências da morte – “A Morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguem morreu.”

Veja também o vídeo abaixo, onde José Saramago fala sobre a falsa democracia em que vivemos: