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Este domingo é o dia da vocação dos leigos cristãos. Lembra-se, nesta data, o importante papel desempenhado por todos aqueles que fazem parte da Igreja através do batismo, em construir o Reino na Terra. É papel do leigo cristão viver na fé – mais do que o discurso, a prática diária faz a diferença.

Entre as missões do leigo, está a de levar a mensagem cristã para todas as esferas da sociedade. A vida política é uma das formas de se cumprir essa tarefa, que nos é delegada.

A política é um instrumento transformador da sociedade. Precisamos, como nos ensina São Paulo, transformar a realidade do mundo em que vivemos, para que se construa aqui na Terra o Reino de Justiça, Igualdade e Paz.

Para isso, devemos buscar inspiração nas primeiras comunidades cristãs, onde o Bem Comum era a marca das ações e realizações em favor do próximo. É na construção de uma sociedade mais justa e solidária para todos e todas que devemos pautar nossa ação política. Nós, leigos, precisamos nos comprometer com essa construção.

Deixo abaixo trecho de ótimo texto de Dom Orani João Tempesta, Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, que nos fala mais sobre a vocação dos leigos cristãos:

“(…) nesta missão evangelizadora da Igreja, recorda-se a missão do cristão leigo, que vivendo em sua realidade temporal é chamado a ser sal, luz e fermento e, assim, transformar a realidade através de sua profissão, da sua presença na sociedade, na política, na cultura, nas ciências, nos esportes, e muito mais. Realidades que não são alcançadas apenas pelo clero nas suas atividades e missão cotidiana, mas que precisam de um protagonista. Aos leigos é dada essa vocação específica: fazer a Igreja presente e fecunda naqueles lugares e circunstâncias onde somente através dos leigos ela pode se tornar o sal da terra.

O Papa Paulo VI afirmava que os leigos são como uma ponte que une a Igreja à sociedade. Não como uma interferência da Igreja na ordem temporal ou nas estruturas dos assuntos mais afetos à vida política ou econômica, mas, sim, para não deixar que o nosso mundo fique sem a mensagem da salvação cristã, sem as luzes do Evangelho e da mensagem de Cristo. Portanto, os leigos são chamados a estabelecer este contato entre a vida eclesial e a sociedade, a ser os construtores de uma nova maneira de servir o bem comum e imbuir a realidade terrestre de uma ordem transcendente, eterna, Divina.

São Paulo nos afirma que toda a criação será recriada em Cristo. O mundo geme em dores de parto por uma nova ordem: mais justa, mas fraterna. Todos são convidados, portanto, a seguir o modelo de Cristo.

Os leigos são corresponsáveis pela missão da Igreja, companheiros de caminhada e em quem se confia, a quem se recorre, em quem se acredita e a quem se dá espaço na decisão, no planejamento e na execução das várias atividades na Igreja. Isso pela própria essência de sua consagração batismal.

Unidos a Cristo, através do Batismo, sacramento da fé, os leigos devem, portanto, estar atentos não só a uma pertença à Igreja, mas ‘ser’ e sentir com a Igreja que é mistério de comunhão.”